Era domingo e ter mais tempo livre fez com que eu fosse para o jardim, “fazer nada”.
Mas para mim, este “fazer nada” significa estar lá com os olhos de ver o belo, mas mais do que ver, sentir o belo e deixá-lo entrar em mim.
Sim! Quando estamos abertos para o belo, sem medos, sem julgamentos, o belo se faz presente em suas infinitas formas
Nestes momentos, em meu silêncio interior, aprendo sobre as cores em todas as suas nuances, observando e absorvendo as flores, as folhas, as árvores…a vida!
Além da aula sobre as cores, há a aula sobre a velocidade, pois o tempo entre o plantio e a flor é variável em todas as espécies! A velocidade da lesma comparada à da formiga faz esta lição ser muito fácil de ser aprendida.
Observar as abelhas e as vespas trabalhando incessantemente, de flor em flor para que tenhamos frutos é a lição sobre “termos asas para voar e produzirmos nossos frutos”!
Adoro as lições sobre as formas, pois há lindas mandalas nelas! Vale destacar que só no meu jardim encontro muitos adjetivos, como frágil, forte, longo, curto, fino, grosso, alto, baixo, velho, novo, retilíneo, curvilíneo, arredondado, triangular… Imagine o que podemos ver em uma floresta!
O jardim ainda me conta segredos sobre cheiros e perfumes, quando me lembro que muitos fogem da Maria Fedida e se encantam com os perfumes dos lírios, dos jasmins e de outras flores.
Seguir o canto dos pássaros, notar o zumbido de um inseto, ouvir o farfalhar das folhas ao vento e virar o corpo rapidamente ao som de uma grande folha que cai, nos ensina sobre o silêncio e os sons. Os sons das manhãs são totalmente diferentes dos sons da noite, que muitas vezes são misteriosos.
Há muito mais no meu jardim, mas o lindo de tudo isto é observar a PERFEIÇÃO DA NATUREZA, em todas as suas formas, em todos os seus reinos e nos lembrarmos que “somos” natureza, e temos a nossa diversidade.
“Esquecemos o que as pedras, as plantas e os animais ainda sabem. Esquecemos como ser – ser calmos, ser nós mesmos, estar onde a vida está: Aqui e Agora” ~ Eckhart Tolle em O Poder do Silêncio.
E mesmo que não estejamos sós nestes momentos, cada um vai ver com os olhos que tem, e está tudo certo! Um dia todos veremos o formato das folhas da planta chamada “Coração emaranhado” e sorriremos diante da sua delicadeza, nos lembrando que
“Há um grande silêncio envolvendo toda a natureza num abraço. Esse silêncio também envolve você!” ~ Eckhart Tolle em O Poder do Silêncio.
Adoro os livros, os cristais, a natureza em todas as suas formas de vida, e também adoro as palavras, que aqui estão em forma de músicas. Uma amiga, que tem uma voz forte, canta em Karaoke e alegra muitas pessoas. Eu, em contrapartida, tenho uma voz aguda e canto o dia todo, só para mim. Se não estou trabalhando, estou cantando baixinho, ou até mesmo mentalmente e adoro cantar enquanto cuido do jardim, da casa ou dirijo. Vou ligando uma música a outra, como se fosse um longo colar de contas.
Adoro pensar na beleza das palavras que as músicas têm e com isto, vou cantando “os poemas”, como “Abracei o mar, na lua cheia, abracei o mar. Escolhi melhor meus pensamentos, pensei. Abracei o mar e nada pedi, só agradeci.”
Destas lindas palavras de Maria Bethânia eu rapidamente mudo para o poema de Luis Vieira (1928-2020) – A Paz do meu amor, e canto “Você é isto, uma beleza imensa. Toda a recompensa de um amor sem fim. Você é isto, uma nuvem calma, no céu de minh’alma, é ternura em mim…”
Depois o tempo é o tema que me enfeitiça, cantado por Nana Caymmi na música Resposta ao Tempo, assim: “Ele (o tempo) ri, diz que somos iguais , se eu notei. Pois não sabe ficar e eu também não sei.”
O tempo ainda me traz lembranças daqueles que não estão mais perto de mim, vivos ou não, e canto Naquela Mesa, de autoria de Sérgio Bittencourt (1941-1979): “Naquela mesa ‘tá faltando ele e a saudade dele ‘tá doendo em mim.”, mas sempre pensando nos momentos felizes que tivemos juntos.
Em seguida, viajo na letra de Viagem, de Paulo Cesar Pinheiro, cantada por várias vozes. “ Oh, tristeza me desculpe, estou de malas prontas. Hoje a poesia, veio ao meu encontro, já raiou o dia, vamos viajar.”
E continuo a viagem em O trenzinho do caipira, música que Boca Livre cantou para mim inúmeras vezes. “Lá vai o trem com o menino. Lá vai a vida a rodar.”
Neste momento chego ao Rancho Fundo, com Chitãozinho e Xororó cantando assim: “ No rancho fundo, bem pra lá do fim do mundo, onde a dor e a saudade, contam coisas da cidade…”
Mas, como a natureza me encanta, também vou lá no alto em Voarás, de Paulinho Pedra Azul: “Todo mundo quer voar, nas costas de um beija-flor. Todo mundo quer viver de amor, mas nem tudo é só querer.” E chego a sentir o perfume da rosa em Rosa, de Otavio de Souza e Pixinguinha (1897-1973), que diz assim: “Tú és, divina e graciosa, estátua majestosa, do amor, por Deus esculturada…”
Com grande frequência, a fé vem me intuir e canto Calix Bento, me lembrando de um show de Milton Nascimento, que assisti em praça pública, em Tiradentes MG. “Oh Deus salve o oratório, oh Deus salve o oratório, onde Deus fez a morada, oiá meu Deus, onde Deus fez a morada, oiá.”
Ainda com muita fé, chega Fran, neto de Gilberto Gil, e cantamos Leve Axé: “Independente da fé, leve com a gente o Axé, independente de onde você vá. Leve Axé! E assim eu vou cantar, jogar Axé pro mundo!”
Não poderia deixar o amor de lado, então Cidade Negra, na música A Sombra da Maldade é a próxima conta do meu colar de maravilhas: “Permita que o amor invada sua casa coração, que o amor invada sua casa coração!”, frase que foi bordada pela minha filha para que eu pendurasse na minha parede de mensagens.
O amor traz Luis Vieira de volta com Prelúdio para Ninar Gente Grande. A encantadora letra diz assim: “No calor do teu carinho, sou menino passarinho, com vontade de voar!”
A coragem é cantada, sim! E a ouço na voz de Maria Bethânia em Tatuagem, com estas palavras: “Quero ficar no teu corpo feito tatuagem, que é pra te dar coragem, pra seguir viagem, quando a noite vem.”
Após cantar tantas maravilhas, a paz e a alegria invadem minha mente e Gilberto Gil volta com A Paz: “A paz invadiu o meu coração, de repente me encheu de paz…” e sigo com O que é, o que é?, de Gonzaguinha (1945-1991): “eu fico com a pureza das respostas das crianças, é a vida, é bonita e é bonita! Viver, e não ter a vergonha de ser feliz, cantar e cantar e cantar, a beleza de ser um eterno aprendiz…”
E como um eterno aprendiz eu me lembro de uma frase de Ray Charles (1930-2004): “A música faz parte de mim e tem que ser removida de mim cirurgicamente.”
Bem, eu poderia continuar escrevendo folhas e folhas, já que cantar espanta os males porque enquanto cantamos, deixamos de nos pré-ocupar com infinitos assuntos que nem mesmo acontecerão, mas estes dois trechos que seguirão serão inspiração para todos nós:
Samba da Benção de Vinicius de Moraes (1913-1980): “É melhor ser alegre que ser triste, a alegria é a melhor coisa que existe, ela é assim como a luz no coração!” e a última linha da música Diariamente, de Nando Reis: “Para você o que você gosta, diariamente!”.
Momentos desafiadores exigem maior atenção e empenho para que possamos superá-los da melhor maneira possível. Ao longo de minha trajetória, compreendi que nós, seres humanos, preferimos ter o controle das situações. Mas, de repente, com o aparecimento da pandemia, todas as nossas certezas foram abaladas e, com elas, fomos convidados a encarar muitas dificuldades, seja na esfera familiar, seja no ambiente corporativo. A maioria das pessoas precisou adequar seu local de trabalho dentro de suas casas, mudando completamente a dinâmica do seu dia adia, vivenciando instabilidade e medos de toda a ordem, sem perder de vista a sua habilidade de entregar resultados. As organizações tiveram de alterar o modo como fazem a gestão das pessoas, preparar as lideranças para esses novos tempos e encontrar as melhores estratégias para não perder os níveis de engajamento e os seus resultados. (…)
Primeiramente, vamos analisar os obstáculos que os empregadores estão enfrentando. No livro Reiventando as Organizações, Frederic Laloux afirma: “A nossa forma de tentar lidar com os problemas atuais das organizações muitas vezes parece piorar as coisas, não melhorar”. Infelizmente, muitas organizações ainda estão presas a velhas manias, protocolos e métodos, principalmente em relação à gestão. Formas essas que deram certo, mas que faziam sentido e eram eficazes para outras circunstâncias. Otto Scharmer, quando apresenta a teoria U, enfatiza que a questão é não temer o desconhecido e aprender com o futuro à medida que ele emerge. Que possamos suspender nossos velhos pressupostos para abrirmos espaço ao novo, buscando oque ele chamou de “presencing”, ou seja, a capacidade de estarmos realmente presentes e conectados com o que acontece, sentindo e deixando emergir todas as possibilidades que emergem dos sistemas, nos quais nos inserimos.
Gosto muito da parte do sentir, algo que ainda não aprendemos a vivenciar com naturalidade nos ambientes corporativos, o que, atualmente, tem sido essencial. Luciano Meira, referência em liderança humanizada no Brasil, ajuda-nos a pensar como podemos aprender a navegar em mares procelosos. Foi o que ele chamou de “A segunda simplicidade” (título deum de seus livros), considerando que ela seja uma “experiência de resolução psíquica – estar bem com o passado, de bem com o futuro e ter a consciência plena no presente. É essa experiência libertadora que nos permite ‘surfar’ sobre as ondas da complexidade e da incerteza, sem nos afogar nelas”.
Vale lembrar que, mesmo antes da pandemia, já tínhamos índices alarmantes de adoecimento emocional. Pessoas com muito foco no futuro, sofrendo de ansiedade.
Em matéria publicada pela revista Super Interessante, em 2018, intitulada “Epidemia da Ansiedade”, descobrimos que nós, brasileiros, ganhamos o título de campeões mundiais nesse distúrbio, com um índice três vezes maior que a média da população mundial. Também presenciamos muitas pessoas sofrendo de depressão – com o excessivo aprisionamento no passado. E o medo acima do normal por diferentes razões, em especial com o contágio do novo corona vírus, acabou ampliando essas tendências e revelou a urgência de se cuidar do lado emocional dos colaboradores das empresas.
Juntando tudo isso, alguns apontamentos se tornam imprescindíveis, por exemplo: quantas pessoas sentem medo de perder o emprego e acabam por não compartilhar o que estão sentindo? Esse estado emocional certamente acaba por gerar uma queda em sua performance e no engajamento em relação ao trabalho que realiza. Quantas pessoas estão com algum tipo de adoecimento emocional e não encontram espaço para lidar com isso? Quantos de nós precisamos reestruturar rapidamente toda a nossa dinâmica de trabalho para lidar com todas essas mudanças?
Uma pesquisa realizada pelo Google, que recebeu o título de “Projeto Aristóteles”, revelou que os principais fatores que condicionam uma equipe de sucesso são: segurança psicológica; confiabilidade; estrutura e clareza; significado e impacto. Vamos, então, refletir sobre estratégias eficazes, a fim de melhorar a segurança psicológica das pessoas nas organizações e seus níveis de engajamento com o trabalho:
1) Espaço para sentir: Certo presidente de uma multinacional abriu importante fórum de discussões com a presença de muitas lideranças e colaboradores, dizendo que ali era permitido sentir. Fez um discurso emocionado e contou como ele mesmo estava se portando diante das instabilidades atuais. De acordo com a equipe de RH dessa empresa, a repercussão foi muito positiva e fez com as pessoas adotassem uma postura de maior abertura. A atitude dele assegurou maior segurança psicológica e criou um ambiente emocionalmente seguro para que as pessoas pudessem expressar, com maior autenticidade, como estavam lidando com as mudanças ocorridas. Ao se manifestarem, os colaboradores ampliam a possibilidade de lidar com as emoções, de pedirem e receberem ajuda. Em vez de reprimirem suas emoções, as pessoas aprendem a lidar com elas. No livro Agilidade Emocional, Susan David nos alerta quanto aos riscos de represarmos nossas emoções, pois elas podiam vir à tona de uma maneira não voluntária, por meio deum vazamento emocional. Mesmo na interação on-line, o tempo de qualidade dedicado ao outro faz toda a diferença. Portanto, é essencial propor uma pausa e estar genuinamente disposto a ouvir.
2) Gerar significado: uma das frases de impacto que ficaram evidentes na voz de Viktor Frankl, mas que foi primeiramente escrita pelo filósofo Nietzche, diz que “quem tem um porquê enfrenta qualquer como”. Na obra Em busca de sentido, Frankl conta suas experiências em quatros campos de concentração e ressalta a importância de termos um sentido para a vida. E isso também pode ser levado em conta em todas nossas escolhas. Uma empresa estabeleceu canais de comunicação bem transparentes e ativos. Ações como estas abrem espaços para que as pessoas se sintam seguras e questionem o que elas não entendem e, ao mesmo tempo, para que sejam informadas a respeito das principais decisões tomadas pela empresa. Contudo, o mais interessante é o presidente daquela empresa fez questão de salientar que a base de suas decisões se pautava na humanização das relações, esse era o seu porquê.
3) Dialogue mais!: Quantas pessoas, neste instante, passam por problemas relativos à administração dos seus ambientes físicos, por vezes inapropriados, somados às demandas que vêm de seus familiares em horários de trabalho? Tudo isso pode incorrer em perdas significativas de concentração. Para minimizar esse impacto, é fundamental abrir mais espaços de alinhamento de expectativas, ou seja, checagens se o interlocutor compreendeu corretamente o que lhe foi solicitado. Essa atitude minimiza retrabalho, erros que podem ser complicados de reverter, visto que as demandas ficaram mais claras. Em home office, tudo isso continua sendo possível, mas é preciso ter disciplina e colocar essa agenda como parte da rotina.
4) Mais leveza por favor: Você já ouviu falar em inteligência lúdica? Wellington Nogueira, fundador dos Doutores da Alegria no Brasil, tem se dedicado a levar essa ideia para as organizações. A inteligência lúdica pode nos ajudar a criar ambientes em que estamos em constante aprendizado, como se fosse uma brincadeira em que os erros fazem parte do processo/brincadeira, onde jogamos com o outro e não contra o outro. Levar-se menos a sério e julgar menos, sendo mais cooperativo e criativo tornam os processos mais divertidos e, não por isso, menos desafiadores. Vale citar o dramaturgo George Bernard Shaw: “Não paramos de brincar porque envelhecemos. Envelhecemos porque paramos de brincar”. Portanto, a indicação é a de que as empresas proponham mais jogos, transformando os obstáculos em “gameficação”, visando mais às possibilidades do que às adversidades.
5) Empatia na prática: Mara Morão, ao registrar a trajetória de empreendedores sociais pelo mundo no premiado documentário “Quem se importa”, tem como um dos destaques a história de Mary Gordon por intermédio da empatia. Com a intenção de diminuir o bullying nas escolas, ela leva bebês de 2 a 4 meses, acompanhados de suas mães, para interagirem com crianças de 4 a 14 anos, para que essas crianças e adolescentes desenvolvam a capacidade de cuidar. Mary Gordon enfatiza que “o melhor motor para o aprendizado é por meio da experiência”. Para ela, a empatia tem dois lados, o cognitivo: a importância da tomada de perspectiva do outro, imaginando como ele se sente a partir de seu próprio contexto; e o emocional: com a promoção da ética do cuidado, compreendemos até que ponto podemos avançar e em que tempo, proporcionando uma experiência de cuidado genuíno e atenção em relação ao bem-estar do outro. Nem sempre concordaremos com a atitude do outro, mas é possível entender suas razões e respeitá-lo.
De tudo o que foi citado, sobre o que você considera mais interessante pensar? Tudo, absolutamente tudo, pode ser realizado remotamente, no home office. Mas é preciso disponibilidade! As exuberantes estruturas físicas se mostram cada vez menos importantes. É momento de as empresas compreenderem que as pessoas são o caminho para que os resultados sejam atingidos e que, se lançarmos luz sobreo cuidado com elas, potencializando ambientes emocionalmente mais seguros, teremos os resultados em seus mais altos níveis e com sustentabilidade, colaboradores mais felizes e engajados. Nesse contexto, todos influenciam e impactam o todo. Por isso, eu pergunto: oque você tem feito para colaborar?
Referências
David, Susan. Agilidade Emocional: abra sua mente, aceite as mudanças e prospere no trabalho e na vida. São Paulo, Cultrix, 2018.
LALOUX, F. Reinventando as organizações: um guia para criar organizações inspiradas no próximo estágio da consciência humana. Minas Gerais: Editora Voo, 2017.
MEIRA, L. A. A segunda simplicidade: bem-estar e produtividade na era da sabedoria. Goiânia: Editora Caminhos.
SINEK, S. Comece pelo porquê. Como grandes líderes inspiram pessoas e equipes a agirem. São Paulo: Sextante, 2018.
Para saber mais sobre inteligência lúdica – artigo Revista HSM. A inteligência que falta no trabalho:
https://www.revistahsm.com.br/post/a-inteligencia-que-falta-no-trabalho
É um domingo de Outono. Levanto-me cedo; meu relógio biológico está acostumado a isto. Estou sozinha em casa neste momento. Bem, sozinha não! Aqui também mora, além dos dois humanos, um ser muito humano, o nosso cachorro!
Vou para o quintal onde há várias árvores e me sento em um degrau da escada que há bem no centro do local. Olho para o alto. O céu se vestiu de um lindo azul claro!
O cachorro chega feliz e senta-se bem perto de mim, encostando seu belo pelo avermelhado nas minhas pernas.
Sinto o friozinho da manhã, mas sinto o calor do corpo do meu amigão, agora deitado sobre os meus pés.
Penso que em uma manhã de Domingo às 7:30h, todos devem estar dormindo pois o silencio é impressionante! “Escutar o silêncio” é meditar!
Escuto o silêncio com muito carinho. A metrópole também tem seus momentos e seus lugares de quietude.
Olho ao meu redor. O limoeiro parece uma árvore de Natal com bolas cor de laranja, de tantos frutos que tem.
Um passarinho canta na Pitangueira e outro responde na Palmeira. Eles conversam por um curto tempo e voam para alegrar outras árvores.
Sinto uma dor fininha na mão e descubro que uma formiga me picou. A mão coça. Normal! Entendi a mensagem da formiga: Eu invadi o seu espaço! Será verdade? Eu também sou natureza!
Um besouro preto voa ao redor da minha cabeça. Talvez ele pense que sou uma enorme flor, pois minha blusa é vermelha! A picada seria dolorosa, mas ele não me incomoda e vai procurar uma flor de verdade.
Ouço o farfalhar das folhas, pois o silêncio ainda impera, mas de repente o silêncio é quebrado por uma folha da Palmeira que cai.
O cachorro se levanta rapidamente, em prontidão.
O morrer da folha eu vi e ouvi!
Foi só naquele momento que pensei que enquanto eu estive sentada lá, todas as árvores, as plantas e as flores estavam crescendo silenciosamente, porém o morrer é diferente! Algumas morrem silenciosamente, mas outras não!
Uma das incontáveis lições da natureza!
Por fim, pensei que as pessoas também são assim, pois quando silenciam, crescem.