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Que lado da linha você está?

Ao se deparar diante de uma encruzilhada, Alice pede ajuda ao gato para saber qual caminho deve tomar.
O gato então diz: “depende de onde você quer chegar”.
Alice responde “realmente não importa” e o gato explica de forma taxativa, “Então não importa que caminho tomar”…

Será que não importa onde queremos chegar? Nem que caminhos tomar?

Vamos analisar alguns cenários: é possível eu chegar aos objetivos, quer eles sejam pessoais ou profissionais sem ter clareza do que se quer e como chegar lá? É possível uma empresa conseguir os melhores resultados sem ter esta clareza?

A resposta pode ser sim, é possível; acredita-se que seja possível porque há pessoas e empresas que tocam suas vidas e negócios de forma a não ter clareza do seu propósito e de gestão. Esta forma de encarar a vida e os negócios, pode levar profissionais e organizações a chegar a algum resultado. Mas será um resultado sustentável? Na realidade, na maioria das vezes, essa forma de ação leva ao fracasso. No entanto, muitos dos profissionais das empresas, sejam eles dos níveis executivos ou não, têm dificuldade de assumir suas responsabilidades neste processo e entram em um ciclo de vitimização. Muitas vezes arrumam desculpas como a falta de recursos disponíveis, falta de funcionários talentosos, a outra área, o fulano, problemas de mercados, entre outros.

Na realidade, o que falta às pessoas e organizações é assumir o protagonismo de suas histórias, o que hoje é chamado de responsabilização ou accountability. O grande desafio das pessoas e empresas é evitar a vitimização; então: como ser protagonista? Como engajar as pessoas, ter resultados com responsabilização / accountability?

Para que possamos atingir nossas intenções/objetivos, boa parte das vezes, surgem obstáculos e adversidades. E são nesses momentos que muitas pessoas desistem. Manter-se orientado ao que realmente desejamos, faz com que não percamos a integridade com aquilo que queremos concretizar.

Muitas coisas podem nos desviar desse caminho: as circunstâncias que não controlamos, as atitudes de outras pessoas e, principalmente, a gestão das nossas emoções frente a tudo isso.

Agora pense: eu controlo as circunstâncias? Controlo as atitudes das outras pessoas? Controlo a emoção que aflora em mim? Temos tranquilidade em afirmar que não. Mas, não podemos esquecer que somos capazes de controlar o que fazemos após nos percebermos emocionalmente vulneráveis. É esse tempo entre o estímulo e a atitude que teremos que vai fazer toda a diferença para no mantermos do lado produtivo da “linha”.

Para lhe ajudar na construção desse caminho, gostaríamos de compartilhar o caminho proposto pela autora Susan David no livro “Agilidade Emocional”. Aliás, pela segunda vez, citamos e indicamos essa leitura aqui no Blog.

O passo zero é aceitarmos nossas emoções, como já dito anteriormente, não controlamos o fato de senti-las. Todos nós temos pensamentos e sentimentos que nos incomodam. Tentar simplesmente corrigir pensamentos incômodos pode nos tornar obcecados por eles e nos paralisar. Que tal acolhermos nossos sentimentos com gentileza como cita Susan? Segundo a autora, o caminho para “chegar lá”:

 

Olhar-se de frente

Enfrentar , voluntariamente, nossos pensamentos, emoções e comportamentos, com boa vontade, curiosidade e amorosidade. Isso mesmo, ser gentil consigo mesmo, não caindo nas garras daquele juiz implacável que existe dentro de cada um de nós. Identificar quais pensamentos e emoções são válidos e quais são ganchos imobilizadores.

 

Afastar-se

Dissociar-se desses pensamentos e emoções e enxergá-los apenas pelo que são: apenas pensamentos e emoções. Esse afastamento nos ajuda a enxergarmos possibilidades, ao invés de ficarmos limitados a um movimento pré-definido. Uma dica? Respire! Isso mesmo, a pausa para respirar nos permite não termos reações impulsivas e contraproducentes. Nos ajuda a enxergar de maneira mais ampla, ver possibilidades até antes não percebidas, para conseguir olhar a situação por um ponto de vista diferente.

Ser coerente com seus motivos

Concentrar-se no que realmente importa: nos nossos valores essenciais, metas mais relevantes, integrando pensamentos e sentimentos a valores e aspirações de longo prazo. Isso nos ajuda descobrir novas e melhores maneiras para chegar lá.

‍Seguir em frente

Fazer pequenos ajustes, por meio da repetição diária, tem um tremendo poder para a mudança, encarando que esse movimento terá momentos de sucesso e dificuldades. A mudança de comportamento pede consistência em nossas ações, e as pequenas transformações acabam gerando uma grande mudança.

Essa abordagem nos ajuda a ampliarmos nossa consciência e ficarmos do lado da linha do nosso espaço de governabilidade, naquilo que de fato podemos atuar, deixando de sermos vítimas das circunstâncias, das atitudes dos outros e até mesmo das nossas “explosões”. Sentir sim, explodir traz risco. Ainda assim podemos, em algum momento, darmos uma escorregada (afinal somos humanos e seres em desenvolvimento).

Um parceiro e amigo, Cláudio Queiróz, nos ensinou uma pergunta com 3 letras que nos ajuda a sair de movimentos de vitimização “E aí?”. Em uma tradução mais ampla: e aí, o que eu estou fazendo para mudar isso? O que depende só de mim?

Um movimento desafiador que vai exigir, de nós, clareza e empenho, mas que vai contribuir para otimizar nossos potenciais para nos tornarmos melhores atores de nossas histórias.

Vamos escolher então o melhor lado da linha?

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Claudia Serrano

Claudia Serrano

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