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Como a inteligência emocional pode ajudar a sua carreira?

“Os dois dias mais importantes da sua vida são o dia em que você nasce e o dia em que você descobre para quê”.
Mark Twain

Ao acordar às segundas-feiras pela manhã, quando toca o despertador, qual é o seu sentimento? Qual o significado que o trabalho tem na sua vida?

Se as respostas para essas perguntas não forem as mais produtivas, você não está sozinho. Uma pesquisa realizada pela Você S/A com mais de 3.000 profissionais de todos os níveis, revelou que 72% das pessoas estão desmotivadas no trabalho. O Gallup estima que os 20% de pessoas altamente desmotivadas custem para a economia americana cerca de meio trilhão de dólares. Esse dado demonstra que, para as empresas, o prejuízo de ter pessoas desmotivadas é enorme. Mas e para as pessoas, quais são as perdas?

O prejuízo pessoal não tem sido pequeno. Não é raro observar pessoas adoecendo por conta da relação que estabelecem com o trabalho: depressão, síndrome do pânico, somatizações. Desde muito pequenos, somos condicionados a pensar sobre a profissão que iremos exercer e, ainda bastante jovens, a tomar a importante decisão sobre o rumo que seguiremos. Quando entramos para o universo profissional, tudo parece ficar ainda mais complicado. As responsabilidades, a pressão por resultados, os prazos, tudo nos consome e as coisas, em algum momento, parecem não fazer mais sentido.

Mas qual seria, então, uma alternativa para balizarmos nossas escolhas e a relação que estabelecemos posteriormente com elas? A Inteligência Emocional é um caminho.

‍AFINAL, O QUE É INTELIGÊNCIA EMOCIONAL?

Segundo Daniel Goleman, autor referência no assunto, a inteligência emocional se divide em duas frentes principais: a intrapessoal e a interpessoal. Cada uma delas conta com habilidades distintas e complementares.

E COMO APLICAR TUDO ISSO PARA UMA CARREIRA QUE FAÇA SENTIDO?


AUTOCONHECIMENTO: Compreender o que de fato nos motiva, aquilo que vai ao encontro dos nossos talentos é a base essencial para que possamos desenvolver uma carreira de sucesso. Procure responder à pergunta: por que você escolheu trabalhar com o que trabalha hoje? Qual o verdadeiro sentido, propósito do que faz? Se encontrar uma resposta, ótimo! Você conseguiu fazer uma escolha de carreira que lhe traz sentido para acordar todos os dias. Caso tenha dificuldades e desconfortos com a resposta, sugiro que busque refletir quais foram os momentos profissionais que se sentiu pleno, ou mesmo tente lembrar o que você dizia que queria ser quando era criança, mas atente-se aos motivos, os porquês da sua escolha. Lembre-se: sempre é tempo de mudar, mas a mudança não precisa se dar em relação ao que faço, ao que tenho de expertise, mas em relação ao porquê, ao propósito do meu trabalho.

AUTOMOTIVAÇÃO: Quanto conhecimento as pessoas adquirem, mas não tem consciência da melhor maneira de aplicá-lo? Pensamos tanto em adquirir mais conhecimentos do ponto de vista técnico que, por vezes, esquecemos de refletir sobre a maneira que estamos aplicando esses conhecimentos. Aplicar um conhecimento com arrogância traz o risco de não conseguirmos conectar com o outro e conseguirmos, então, o resultado esperado em um desafio. Sendo assim, que tal refletir: qual a minha percepção do meu estado de espírito e como isso reflete nas outras pessoas? Um exercício que pode ajudar é perguntando para as pessoas que estão mais próximas sobre como elas te percebem no dia a dia. Você pode se surpreender com o resultado, caso ainda não tenha um bom autoconhecimento. Essa atitude pode trazer uma importante compreensão sobre os motivos pelos quais você não tem conseguido os resultados que gostaria.

AUTOCONTROLE: Em mundo que pede o tempo todo para irmos “mais rápido”, onde tudo é “para ontem”, precisamos tomar alguns cuidados. Até o nosso respirar está mais acelerado. Logo, pensar, refletir antes de agir tem sido raro. Geralmente, reagimos primeiro e compreendemos os efeitos depois, por mais que esses efeitos nos tragam inúmeras consequências, como por exemplo, gerenciar a crise que nós mesmos geramos. Compreender o ponto de vista do outro não significa concordar com ele. Todas as pessoas fazem julgamentos a partir de seus referenciais, que envolvem crenças e valores, atitudes e pressupostos. Contudo, não devem ser tidos como absolutos em todas as situações. Se isso ocorre, aparecem os famosos “rótulos”, que restringem a pessoa a uma ocorrência, generalizando aquele comportamento para todos os demais.

EMPATIA: diferentemente do que ouvimos falar, empatia não é a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, pois isso seria quase que impossível, uma vez que não vivenciamos as experiências de outras pessoas. Mary Gordon, uma canadense trabalha a diminuição do bullying, enfatiza que a empatia tem dois lados: o racional e o emocional. No primeiro, somos capazes de imaginar como o outro se sente. Em seguida, ao imaginar como o outro se sente, não precisamos julgar e podemos ter em relação a ele a ética do cuidado. A ética do cuidado é quando percebemos que uma pessoa está triste naquele dia e procuramos não tratar de assuntos que a possam aborrecer ainda mais. É quando alguém sabe que você não gosta de muito sal na comida e faz um cardápio tendo o cuidado de diminuir ao máximo esse ingrediente. A ética do cuidado gera reciprocidade e, consequentemente, confiança. Mas como a empatia poderia nos ajudar na carreira? Ao sermos mais empáticos, geramos relações mais produtivas e potencializamos mais confiança nas relações, melhorando a nossa qualidade de vida no trabalho.

SENSIBILIDADE SOCIAL: somos seres que vivemos em sociedade, trazemos uma interdependência para que as coisas possam fluir harmonicamente. Quanto mais nós conseguirmos ter uma boa inteligência intrapessoal, reconhecendo nossas emoções e necessidades mais genuínas, melhor e mais coerente serão as nossas escolhas em relação às nossas redes de relacionamentos. Você escolheu estar em um ambiente de trabalho em que compartilha dos seus valores com as pessoas que o cercam? Tem administrado os seus relacionamentos de maneira eficaz? Lembre-se que você pode ser um agente importante para potencializar a inteligência emocional no seu ambiente de trabalho. O fato de reunir pessoas para fazerem uma atividade que todas gostam, como por exemplo, o futebol ou um cinema, pode aproximar as pessoas e fazer com que encontrem pontos em comum que nem tinham ideia que poderiam existir. Isso aproxima as pessoas e gera uma rede na qual a confiança é potencializada.

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Izabela Mioto

Izabela Mioto

Intenciona todos os dias comunicar a luz que enxerga em cada pessoa para ajudá-la a trazer à tona o seu potencial para si e para o mundo. Desbrava caminhos, pensa em soluções diferenciadas, com a intenção de ajudar na transformação de pessoas e contextos.

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