É um domingo de Outono. Levanto-me cedo; meu relógio biológico está acostumado a isto. Estou sozinha em casa neste momento. Bem, sozinha não! Aqui também mora, além dos dois humanos, um ser muito humano, o nosso cachorro!

‍Vou para o quintal onde há várias árvores e me sento em um degrau da escada que há bem no centro do local. Olho para o alto. O céu se vestiu de um lindo azul claro!

‍O cachorro chega feliz e senta-se bem perto de mim, encostando seu belo pelo avermelhado nas minhas pernas.

Sinto o friozinho da manhã, mas sinto o calor do corpo do meu amigão, agora deitado sobre os meus pés.

Penso que em uma manhã de Domingo às 7:30h, todos devem estar dormindo pois o silencio é impressionante!  “Escutar o silêncio” é meditar!

Escuto o silêncio com muito carinho. A metrópole também tem seus momentos e seus lugares de quietude.

Olho ao meu redor. O limoeiro parece uma árvore de Natal com bolas cor de laranja, de tantos frutos que tem.

Um passarinho canta na Pitangueira e outro responde na Palmeira. Eles conversam por um curto tempo e voam para alegrar outras árvores.

Sinto uma dor fininha na mão e descubro que uma formiga me picou. A mão coça. Normal!  Entendi a mensagem da formiga: Eu invadi o seu espaço! Será verdade?  Eu também sou natureza!

Um besouro preto voa ao redor da minha cabeça. Talvez ele pense que sou uma enorme flor, pois minha blusa é vermelha! A picada seria dolorosa, mas ele não me incomoda e vai procurar uma flor de verdade.

Ouço o farfalhar das folhas, pois o silêncio ainda impera, mas de repente o silêncio é quebrado por uma folha da Palmeira que cai.

O cachorro se levanta rapidamente, em prontidão.

O morrer da folha eu vi e ouvi!

Foi só naquele momento que pensei que enquanto eu estive sentada lá, todas as árvores, as plantas e as flores estavam crescendo silenciosamente, porém o morrer é diferente! Algumas morrem silenciosamente, mas outras não!

Uma das incontáveis lições da natureza!

Por fim, pensei que as pessoas também são assim, pois quando silenciam, crescem.