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A responsabilidade do poder no contexto da gestão

Quem é o agente da ação nesse contexto?

Diante da variedade de definições que envolve a conceitualização dos elementos que compõe o tema deste texto – em especial o poder – vale a pena refletir sobre a relação que há entre eles e seus agentes e a quem, de fato, pertence a responsabilidade nesse contexto. Quando lemos – a frase “a responsabilidade do poder” – percebemos a posição desse termo (poder) como agente portador da responsabilidade, o que nos leva a “acreditar” que em decorrência desse encargo, todos os outros movimentos acerca de tudo que envolve o desenvolvimento de uma empresa lhes serão diretamente atribuídos, tornando-o um elemento independente. O poder nasceu com a vida e a responsabilidade, diante das circunstâncias, acontece todos os dias no decorrer dela, por isso estão presentes nas relações humanas e sociais – quaisquer que sejam elas – possibilitando e promovendo o desenvolvendo pessoal e profissional.

No sentido da palavra, poder e gestão são muito semelhantes. Eu diria que são sinônimas uma da outra, pois quando pensamos na palavra gestão, logo nos vem à cabeça cargos de gerência, diretoria, presidência, que são os chamados “cargos de confiança” e, a eles associamos automaticamente, a prática de quem manda, de quem determina e de quem dar as ordens – a prática da governabilidade – É justamente essa prática que seduz e fascina indivíduos de pouca ou nenhuma autoestima, pois ela vem precedida de poder e, de acordo com a nossa cultura, ter poder é sem dúvida ocupar cargos de alto nível, pois entende-se que quanto maior o cargo, maior o poder. É pressuposto que haja nessa relação uma confusão de ideais, de modo que as pessoas não estão mais em busca do cargo como objetivo profissional de se tornarem pessoas bem-sucedidas, pelo contrário. Sem se importar com o caminho a ser percorrido, estão ansiosas para chegar é até o tão “sonhado poder”, onde o cargo passa a ser apenas um meio para alcançá-lo e quando isso acontece, o cargo vira objeto de apoio para a ostentação da autonomia que agora exerce sobre seus liderados.

Algumas pessoas, para as quais são destinados cargos de gestão (gerente/líder) não estão prontas para lidar com a magia do poder e por conta disso têm suas responsabilidades corrompidas, o livre arbítrio tende a ficar mais aguçado e por este motivo acabam contaminando o ambiente de trabalho com posturas inadequadas e “atitudes nocivas”. Vivemos um momento onde mudanças ocorrem muito rapidamente e para sobreviver a elas, muitas empresas precisam adequar-se às novas exigências – uma delas é o aprimoramento da relação entre líderes e colaboradores. Certamente as empresas devem capacitar seus colaboradores e, se atentarem para o objetivo de cada um deles, oferecendo a eles oportunidades de entenderem a importância da relação de parceria que há entre liderar com poder e responsabilidade. Portanto, as relações patrão-empregado não podem ser administradas de forma empírica, pois quando se conhece o destino fica mais fácil traçar o caminho para chegar até ele. É indispensável a implantação de uma gestão participativa onde poder e decisões possam ser distribuídos na mesma proporção que as tarefas e as responsabilidades. Ou seja, quando a gestão está completamente envolvida com direitos e deveres, ninguém fica à deriva.

“Somos submetidos pelo poder à produção da verdade e só podemos exercê-lo através da produção da verdade”. Destacar a importância da relação que há entre responsabilidade e poder no contexto da gestão Institucional é fundamental, pois numa gestão inconsciente a responsabilidade fica submetida a cada movimento do poder e se anula diante de suas ações autonômicas. De maneira conotativa, ouso dizer que responsabilidade – frente a omissão do gestor/líder – “pertence” ao poder, porém, no contexto da gestão, responsabilidade deve pertencer ao bom senso, à prudência, e ao discernimento do gestor/líder, sem perder de vista, a ética. O poder é uma ferramenta de cunho transformador e quando bem utilizada é essencial às nossas vidas. Ora, o poder não é específico apenas atende as especificidades de pessoas que o comanda, e involuntariamente assume a personalidade de seus agentes. O poder é um bem natural, é como um líquido que assim com a água segue qualquer curso que lhe oferecem. Não possui forma própria, apenas assume a forma do recipiente onde estiver contido. As pessoas, são os recipientes que o define.

Ao assumir um cargo de gestão todo profissional deveria se autoavaliar para ter ciência de suas ações e alinhamentos de compromisso e obrigações que deve ter para com os valores e missão da empresa e seus subordinados. Para tanto, é preciso que saímos do nosso próprio eu para nos olharmos de fora e categorizar nosso nível de preparação, avaliando se nossas contribuições são suficientes para enfrentar os desafios que o próprio cargo nos oferece. No contexto da gestão, não existe responsabilidade sem poder, mas o poder sem responsabilidade é fato. Sem dúvida, liderar um cargo de alto nível – antes de mais nada – é liderar pessoas, poder e responsabilidade. O agente da ação neste contexto? Uma gestão compartilhada que prese por valores e princípios e pelas necessidades da sua equipe.

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Edjane Silva

Edjane Silva

Graduada em Farmácia e Bioquímica, com especialização em Gestão da Saúde e Auditoria. Atuou por quatro anos como farmacêutica gestora e hoje integra um time como farmacêutica hospitalar, cuidando e desenvolvimento equipes. Acredita e pratica as técnicas de Líder Coach em seu trabalho.

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