Mapa mental é um método de suporte à aprendizagem. Desenvolvido por Tony Buzan¹, ele parte do princípio de que nosso cérebro processa melhor informações visuais do que escritas, o que o torna uma excelente ferramenta não apenas para o estudo, mas para sessões de brainstorming, planejamento e ideação.
Sua grande vantagem é o estabelecimento de conexões entre as ideias representadas. Afinal, e ao contrário do que costumamos fazer, nosso cérebro não trabalha de forma linear, acompanhando narrativas e descrições feitas em bullets; ele segue caminhos associativos, entre elementos por vezes alheios uns aos outros. E é justamente esse processo de associação que dá origem à criatividade, à inovação; sem ele, não poderíamos construir soluções que não fossem também lineares e previsíveis.
Criar um mapa mental é um processo muito fácil e intuitivo. Não existem propriamente regras, embora Buzan faça uma série de recomendações para potencializar seus resultados. Assim, compartilhamos aqui como construir seu mapa, pontuando essas observações ao longo das etapas.
1. Defina o objeto central do seu mapa
Prometo que não vou complicar uma coisa simples. A ideia desta primeira etapa é definir qual é a razão do seu mapa mental, que pode ser:
– o tema de uma aula (tanto sob a perspectivado aluno fazendo anotações, quanto do facilitador, se preparando para a apresentação);
– um processo criativo para estabelecer novas frentes de trabalho (fiz isto quando comecei a transição de carreira da área de tecnologia para a de Economia Comportamental, em 2014);
– entendimento de uma área ou processo de negócio;
– definição de papeis e responsabilidades;
– organização de material para escrever um livro;
– levantamento de possibilidades para criação de um produto ou serviço; dentre outras.
Considerando os tópicos acima, percebemos que crianças e adolescentes também podem usar este método como apoio para estudos – algumas escolas até fomentam sua utilização; e mapas funcionam tanto como ferramenta para reforço e referência, quanto para explorar caminhos ainda desconhecidos.
Definido o seu tema, coloque-o no centro da folha, preferencialmente usando imagens ou referências divertidas para enfatizá-lo. A propósito, use e abuse das cores: elas podem ser empregadas tanto para destacar pontos mais relevantes, classificar itens do mapa e torná-lo mais divertido (Quais livros são mais legais de ler: os que trazem imagens e ilustrações ou os que possuem apenas texto corrido?).
No meu exemplo, o mapa vai ser criado para levantar ideias de brincadeiras para crianças – frequentemente, sinto falta de um repertório maior para poder diversificar e garantir que a minha filha esteja tendo um mix de diversão e aprendizado compatível com a idade dela:
2. Pense em palavras-chave e adicione-as ao mapa como conexões da ideia central
Defina “grandes grupos” que caracterizam sua ideia central ou nos quais ela possa ser desmembrada. Neste momento, não se preocupe em esgotaras possibilidades – sempre haverá tempo e espaço para ampliar seu mapa.
Evite descrições longas e textos explicativos, seja sucinto: qual palavra ou expressão define cada um desses grupos?
3. Crie ramificações para essas palavras-chave, ampliando possibilidades
Na etapa anterior, defini 4 categorias de brincadeiras com as habilidades que podem ser trabalhadas com as crianças.
Aqui é importante entender que essas ramificações têm a ver com a forma como você se lembra, associa ou conecta os elementos. Eles não precisam, necessariamente, ter uma lógica “científica”, porque você está criando um mapa para ajudar no entendimento e associação de ideias – e estas ,por sua vez, com frequência ocorrem de maneiras inusitadas.
As demais, pessoas diferentes farão mapas completamente diferentes sobre um mesmo tema – justamente porque seu contexto (história pessoal, formação, classificação emocional etc. de eventos) é único.
4. Crie destaques e pontos de encontro entre diferentes palavras-chave
Já testou algumas dessas ideias ou acredita que um determinado grupo tem mais potencial? Destaque-o em seu mapa, a fim de chamar a atenção para esse elemento. A priorização dos itens será feita, principalmente, por meio de cores, figuras, contornos e outros recursos visuais que os tornem mais salientes em meio ao elemento central.
Eventualmente, alguns itens serão comuns a diferentes grupos. Novamente, você pode usar formas criativas de indicar isso no mapa:
5. Pratique
Com o passar do tempo e a experiência, você vai encontrar recursos mais úteis para retratar suas ideias. O importante é sempre testar modos diferentes de construir o mapa e, sobretudo, verificá-lo ao final para entender quais abordagens foram positivas – e, portanto, facilitaram seu entendimento – e quais poderiam ser mais bem desenvolvidas.
Embora no início seja mais interessante construir mapas físicos, com lápis e papel, há diversas ferramentas digitais – algumas com planos gratuitos, embora limitados – que podem ser usadas para isso (vide opções na sessão “Saiba mais”).
Por fim, deixo aqui alguns exemplos de mapas bem criativos feitos mundo afora:
Agora é só colocar em prática! Lembre-se: a construção de um mapa mental deve ser uma atividade acima de tudo divertida e agradável.
Curtiu?
Aproveite e compartilhe seus mapas conosco – será um prazer ajudá-los (as) nesta atividade 😉
Saiba mais em:
BUZAN,Tony. (2009). Mapas mentais – métodos criativos para estimular o raciocínio e usar o máximo potencial do seu cérebro. São Paulo: Sextante.
Coggle – mapas mentais e fluxogramas. No plano gratuito, você pode criar até 3 diagramas, mas com limitações em termos de controle de acesso. Oferece uma ampla gama de ícones e elementos gráficos prontos, para turbinar seu mapa.
Mindmeister – ferramenta dedicada a esta técnica. O plano básico, gratuito, oferece até 3 mapas simultâneos. Possui uma boa variedade de templates.
Miro – quadros colaborativos. Há uma opção na tela inicial: + Blank board > Ideation& brainstorming > Mind map que adiciona esse template ao seu quadro.No plano gratuito, você pode criar até 03 quadros, porém o controle de acesso é bastante limitado.
[1]Tony Buzan (1942 – 2019). Estudioso sobre memória, criatividade e leitura rápida, é considerado o inventor dos mapas mentais. Escreveu diversos livros,que venderam mais de 5 milhões de cópias pelo mundo, em 40 idiomas diferentes.