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A conexão como potência!

Já reparou no olhar de uma mãe quando se depara pela primeira vez com o rostinho de seu bebê? Ou o olhar dos pais para seu filho em uma apresentação de escola? Ou mesmo o olhar de duas pessoas realmente apaixonadas? Uso o termo paixão para representar uma energia que move o outro para a conexão com a potência que está ali. E muitos vão dizer que a paixão acaba, que é um estado “ilusório” e de grande idealização. Eu digo que sim, pode ser. Mas o fato é que existe a conexão com a potência do outro, um “vir a ser” que, em minha opinião, se regado, poderá acontecer e transcender para o melhor lugar. Por exemplo: uma relação entre pais e filhos que não traga todas as expectativas não atingidas, mas, sim, que permita a conexão com a potência daquela criança, regando dia a dia o potencial que se percebe emergir, intencionando simplesmente que ela possa ser o melhor que ela puder vir a ser – isso sim é conexão!

Mas por que vivemos tão desconectados? É exatamente isso que tenho percebido: um mundo desconectado daquilo que realmente é importante. Neste exato instante, escrevo este artigo em um dos momentos mais desafiadores para a humanidade: a pandemia da COVID-19, o corona vírus . O que será que deixamos de cuidar, de regar e que agora precisamos aprender ou até reaprender?

 

 

Será que nos esquecemos da conexão e do cuidado com a natureza, com o planeta – nossa casa! Será que nos esquecemos da conexão genuína com o outro “ser humano” e então saímos julgando o tempo todo as pessoas? Julgar desconecta, ergue barreiras. E a principal desconexão que temos tido é precisamente com nosso “eu interior”, aquele que dita as regras do que acontece no mundo de fora, que cultiva bons ou maus pensamentos, que deixa de cuidar do campo emocional e, muitas vezes, toma atitudes que não caberão em um bom lugar quando projetadas no longo prazo. Essa é a primeira conexão que devemos cuidar, a conexão com o mundo de dentro. Com a relação como percebemos o mundo de fora e como essa relação nos impacta.

Qual convite estaremos recebendo? É preciso fazer um caminho de volta. De volta para nossos “eus”, de volta para a compaixão com aqueles que estão ao nosso redor e de volta para a “natureza”, da qual somos parte integrante. Somente assim nos conectaremos com a verdadeira potência do SER, a verdadeira potência dos relacionamentos saudáveis, sem jogos de medo, vingança e julgamentos; com a potência do sol que nos aquece e da lua que nos ilumina.

Por que será que nos desintegramos tanto e perdemos a potência? Por que o foco se direcionou tão forte ao pensamento econômico? Precisamos tomar cuidado com o pensamento fundamental e exclusivamente orientado a contas. Como cita Edgar Morin, antropólogo, sociólogo e filósofo francês, para não corrermos o risco de não enxergamos o ser humano. É perigoso que o cálculo, ao ser o único meio de conhecimento útil, continue mascarando, como já o faz há muito tempo, a realidade humana. Assim que entra o cálculo, os indivíduos são tratados como objetos. Não dá mais para ser assim!


 

Mas e agora? Será que todo o dinheiro do mundo dá conta da inconsciência que cultivamos em nossas existências? Que possamos nos conectar sobre a importância de sermos mais conscientes em nossas atitudes!

Uma das intenções da Arquitetura RH, empresa que fundei junto com Claudia Serrano, é justamente conectar o maior número de pessoas a suas essências, abrindo espaço para o que há de mais potente. A maneira como entendemos Conexão, um dos nossos valores, é trazendo a perspectiva de que é necessário existir um ponto de intersecção entre 3 elementos: o intrapessoal (nosso mundo interno), o interpessoal e o contextual. No entanto, nesse caminho, a primeira coisa a fazer é iniciarmos pelo “mundo de dentro” – pois é somente a partir de um lugar de extrema inteireza e por meio do autoconhecimento que conseguiremos estabelecer uma conexão genuína com os outros e a agregação de valor aos contextos em que estamos inseridos. Acreditamos em ações que sejam pautadas pela “presença plena”, onde escolhas conscientes e sustentáveis são realizadas. Apresentarei as três dimensões:

· Conexão com o EU (mudo interno)– alinhamento mente, corpo, coração.

‍Mente – esvaziamos a mente antes de uma “inter-ação” com o outro. Corpo – respeitamos os limites e alertas do nosso corpo. Coração – levamos em consideração nossa “voz interior”;

· Conexão com OS OUTROS – alinhamento eu e o outro.

Damos importância à escuta generosa, sem interrupções, à percepção do estado emocional do outro, antes de uma “inter-ação”; valorizamos a inclusão da opinião do outro, mesmo não havendo concordância; a abertura para receber o outro de forma genuína e sem julgamento, acolhendo sua verdade;

· Conexão com os CONTEXTOS – alinhamento eu e o meio.

Consideramos o impacto de nossas atitudes no ambiente e como o este ambiente impacta as nossas; buscamos pontos em comum para gerar ações compartilhadas; reconhecemos e compartilhamos as boas ações de outras pessoas.

O meu desejo é que cada um de nós possa encontrar a conexão com seu “EU” mais genuíno, aquele que não precisa usar “máscaras” o tempo todo, que tem ações pautadas em suas verdades, por meio de energias de amorosidade e menos medos e raivas. Para chegarmos nesse “EU”, muitas vezes, teremos que abandonar aquilo que é bom para o mundo de fora (os outros e o contexto), assumindo e sustentando as nossas verdadeiras intenções e fazendo uma boa gestão das nossas potências e sombras. Nessa perspectiva, caminharemos em nossa jornada oferecendo o melhor de si para os outros e para os contextos.

Só assim, poderemos exercitar o ponto de intersecção entre aquilo que nos conecta interiormente, aquilo que genuinamente nos conecta ao outro e aos contextos que habitamos, podendo desfrutar da potência que nos cabe e da evolução que somos convidados a trilhar!

Lembro bem uma encíclica escrita pelo Papa Francisco que diz:

‍”Os desertos externos estão aumentando no mundo porque os desertos internos se tornaram tão vastos”.

Que possamos diminuir essa vastidão! Conecte-se!

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Izabela Mioto

Izabela Mioto

Intenciona todos os dias comunicar a luz que enxerga em cada pessoa para ajudá-la a trazer à tona o seu potencial para si e para o mundo. Desbrava caminhos, pensa em soluções diferenciadas, com a intenção de ajudar na transformação de pessoas e contextos.

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