Quando chega a hora de mudar de emprego?
Saber o momento exato de procurar um novo desafio profissional pode não ser uma tarefa tão simples quanto se imagina. Muitas variáveis devem ser levadas em consideração na hora de tomar essa decisão. A percepção que se tem é a de que algumas pessoas acabam por fazê-lo de maneira precipitada. Isso acontece ao não se levar em conta todas as questões que envolvem essa mudança. Sempre existirá um risco, mas mesmo assim é possível assumi-lo de forma calculada. Algumas indagações devem ser realizadas:
“Quais são os fatores que mais valorizo? Qualidade de vida, dinheiro, reconhecimento, oportunidade de desenvolvimento e crescimento profissional, estabilidade e segurança, identificação com os valores organizacionais?”
Esta é a primeira reflexão que deve ser feita. Tente imaginar uma pessoa que valoriza muito a qualidade de vida e ao mudar de emprego leva em consideração apenas o aumento salarial que lhe foi oferecido. Se ela estiver em uma empresa em que há gerenciamento por conflito e as pessoas necessitem fazer horas extras quase diariamente, poderá se tornar infeliz em pouquíssimo tempo no novo emprego.
“Quais são os meus reais objetivos de carreira? É possível concretizá-los na empresa onde estou? Uma nova oportunidade me dará esta condição?”
“Estou motivado no cargo que ocupo ou sem energia para vir ao trabalho e realizar as minhas tarefas cotidianas?”
Estas entre outras perguntas devem ser respondidas no momento de se tomar a decisão de mudar de emprego. É preciso também analisar o cenário econômico atual, pesquisar sobre a nova empresa, o perfil do novo gestor e o clima organizacional da área.
A dica primordial neste caso é: se você está se sentindo muito desmotivado, desconfortável no seu atual emprego, não desperdice sua energia para reclamar e sim para pesquisar e procurar outra oportunidade. E a busca de uma nova oportunidade começa com a elaboração de um bom currículo!
Como montar um bom currículo
O bom currículo é o que está completo e contém: formação acadêmica, idiomas, especializações (se as tiver), descrição das experiências profissionais (geralmente as três últimas). Aparentemente, é fácil elaborar um currículo, mas não é assim que a maioria das pessoas encara essa tarefa. Abaixo, encontram-se alguns passos:
1) Inicie com os dados pessoais
É dispensável números de CPF, RG ou outros documentos pessoais. A empresa precisa saber apenas nome completo, idade, estado civil, residência e dados para contato (telefone residencial, celular e e-mail).
2) Mencione o objetivo profissional
Aqui é importantíssimo manter o foco. Colocar quatro cargos ou áreas de interesse diferentes demonstra falta de foco. Caso exista uma experiência que permita se candidatar a mais de uma posição, direcionar o objetivo para uma delas especificamente pois, de acordo com a empresa para a qual você irá encaminhá-lo, isso fará toda a diferença. Procure sempre deixar claro qual é o seu propósito ao buscar uma colocação.
3) Resumo das qualificações
Relacione as principais atribuições e responsabilidades com clareza e objetividade, procurando oferecer qualidade na informação, pois no currículo isso é o que conta. Nesta parte, também é essencial relacionar os pontos fortes da carreira.
DICA: Nunca adjetive ou coloque uma frase na primeira pessoa. Ao invés de colocar: “implementei uma estrutura….”,coloque “implementação de uma estrutura”. É mais profissional.
4) Formação acadêmica
Se você entender que o seu ponto forte é sua formação acadêmica, deve começar por ela. Não se esqueça de colocar as datas de conclusão dos cursos e, caso não tenha concluído algum, especificar até que ano cursou. A informação sobre os estudos de ensino fundamental e médio são dispensáveis. Contudo, caso tenha feito um curso técnico, é interessante mencioná-lo, o mesmo valendo para cursos em escolas reconhecidas como de primeira linha ou que tragam um diferencial como, por exemplo, escola bilíngüe ou ensino médio feito no exterior.
Se, porventura, você não completou nem o ensino médio, o mais aconselhável é deixar esse item por último. Assim, o currículo não será descartado somente por essa informação.
5) Cursos de aperfeiçoamento:
Mencione os mais recentes. Não inclua cursos e eventos frequentados há muito tempo.
6) Experiência profissional:
Comece pela empresa atual, obedecendo a cronologia decrescente. É importante mencionar mês e ano de entrada e desligamento, bem como os cargos ocupados. Aqui também deve ser colocado um parágrafo com as principais realizações e quantificação de resultados, sempre que possível.
7) Informática e Idiomas:
Especifique seus conhecimentos em informática. Uma informação como ”domínio de microinformática” é muito genérica. Ao mencionar idiomas, procure sempre indicar o grau de proficiência.
8) Informações adicionais:
Mencionar viagens ao exterior para fins de aperfeiçoamento de idiomas, participação em feiras, cursos, viagens de negócios, se for o caso.
Também é relevante mencionar se você faz algum trabalho voluntário.
Os profissionais recém formados ou as pessoas que pretendem preencher vagas para trainees ou estagiários, devem enfatizar formação escolar, cursos de extensão, workshosp, e estágios que porventura tenham feito e demais atividades acadêmicas.
Importante: manter o currículo atualizado e revê-lo pelo menos a cada seis meses. Além da atualização, ajuda a planejar e direcionar melhor sua carreira.
Como se comportar em uma entrevista ou dinâmica de grupo
Sempre que existe a indagação de qual a melhor maneira de se portar em uma entrevista ou mesmo quais são as melhores respostas a serem dadas, a dica é muito simples: seja você mesmo! Conte as suas reais experiências e responda às perguntas feitas pelo entrevistador exatamente como você age no dia a dia. As consequências de se vender algo que não se poderá “entregar” podem não ser pequenas. A empresa tem que contratá-lo pelo que você realmente é!
Obviamente que valem aquelas dicas, como por exemplo: ser discreto na vestimenta, entender a cultura da empresa para que possa estar vestido adequadamente, não cometer alguns excessos. Neste caso, a primeira impressão tem grande valia.
Ao passar por uma entrevista lembre-se de explorar adequadamente sua experiência profissional. Ao entrevistador interessa entender bem o contexto de seu trabalho: situações vivenciadas, como você lidou com elas, quais aprendizagens teve com situações nas quais não teve o resultado esperado e como utilizou esse aprendizado em situações futuras. Isso quer dizer que você deve estar preparado para responder as perguntas do entrevistador de maneira clara e objetiva, sempre exemplificando com situações que você já vivenciou realmente.
Supervalorizar-se certamente será um ponto contra você. Seja simples em suas colocações, mas também não deixe de dar o seu recado.
Além disso tudo, lembre-se do seguinte: existe uma empresa, uma vaga e um requisitante esperando por alguém como você!